domingo, 1 de julho de 2007

Uma história de amor

a Sempre me perguntei por que gosto de jogar videogame.

Jogo talvez porque não tenho amigos? Mentira, pois apesar de não ter um milhão de amigos, tenho amigos que valem por um milhão, e nunca deixei de curtir minha vida com eles. Jogo porque minha relação familiar não é boa e por isso me tranco no quarto para esquecer os problemas? Certamente não, pois amo meus pais de coração e nunca deixarei de dar valor e atenção a eles.

Mas então, por que diabos eu passo horas na frente da tv jogando? Que sentido há em passar horas controlando um italiano gordo, feio e barrigudo, que voa e cospe fogo pela boca? Ou um policial no meio de uma cidade infestada de zumbis? Eu não me conformo, tem que haver uma resposta lógica para essa pergunta.

Um dia eu cheguei à conclusão de que jogava porque tinha muito tempo livre e a ociosidade me fazia jogar no meu velho Master System.

Então pensei: vou aproveitar o máximo enquanto tenho tempo livre e não trabalho para jogar um montão, porque depois, nunca mais.

Passou o tempo, comecei a trabalhar, fiz 18 anos, entrei na faculdade...achei que a partir desses acontecimentos eu não iria jogar mais, pois já era adulto. Mas o amor não tinha desaparecido e veio o Snes, o N64, o Dreamcast, Play 2... e coisas como “Game start”, “game over” e “fatality” insistiam em fazer parte da minha vida.

Foi nessa época que me dei conta que estava falando e entendendo bem o inglês, mesmo sem nunca ter feito um curso. Percebi como os games me ajudaram a gabaritar inúmeras provas de inglês, verdadeiros atos de terrorismo para a maioria das pessoas na minha sala. O quanto que Metal Gear, Perfect Dark e Goldeneye 007 me ajudou a ser uma pessoa mais calma e calculista, esperando o momento certo para agir com eficiência nos momentos mais variados da minha vida. O quanto jogos como Super Metroid, Tetris e Yoshi´s Attack aprimoraram meus reflexos e minha capacidade de tomar decisões sob pressão, com o risco de aparecer um Game Over, sem direito a vida extra.

Agora tenho 25 anos, sou bancário e quase um publicitário, amante de Star Wars e sonho em ter meu escritório de criação. Definitivamente não tenho mais tempo livre, com o trabalho e o TCC comendo solto. Mas tentem adivinhar o que faço no pouco tempo livre que me resta: aquilo que nunca achei que estaria fazendo com 18 e poucos anos. Jogando videogame.

E essa história de amor não acaba por aí. Vai demorar um pouco, mas pretendo ainda nesse ano comprar o tão sonhado X Box 360. E sabe por qual motivo eu jogo?

Porque é muito foda e faz um bem danado pra mim.

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