domingo, 30 de setembro de 2007

Made in Brazil

Pelo que eu sei dos meus leitores, eu sei que muitos gostam de séries, principalmente das mesmas que eu gosto. Então vamos viajar na maionese de ver como elas seriam se fossem rodadas aqui no Brasil.

C.S.I. - São Paulo: O dia a dia de uma equipe de peritos policiais da capital paulista, que investiga os crimes mais cabeludos da cidade que nunca dorme. Com uma taxa de resolução de homicídos que não chega aos 10% no nosso país, é difícil que uma série assim decole. O primeiro episódio poderia ser a investigação de quem matou a Thais. Troque os diálogos inteligentes da versão original por comentários idiotas, como quem saiu do Big Brother e como foi o final da novela e pronto. Não ia durar nem uma temporada.

Fulana´s Anatomy: A vida de uma equipe de médicos residentes no Hospital Tide Setúbal, um dos maiores açougues da Zona Leste. Tudo visto pelos olhos de Fulana, uma médica do tipo bonitinha mas ordinária, que vive uma paixão pelo seu chefe e mora com mais dois amigos. Assim como no original, a série deve conter muita sacanagem, do tipo ninguém é de ninguém. Esqueça o corre-corre do Seatlle Grace Hospital. Na versão brasileira, o pronto-socorro teria uma fila sem fim de pacientes à espera de atendimento e equipamentos primordiais estariam quebrados na hora em que se precisasse. Troque os diálogos inteligentes da versão original por comentários idiotas, como quem saiu do Big Brother e como foi o final da novela e pronto. Não ia durar nem uma temporada.

Arquivo X: Uma dupla de agentes da polícia federal investigando casos sobrenaturais em território nacional, além de desvendar uma conspiração governamental, para a invasão da Terra, a começar pelo Brasil, na cidade de Varginha. Poderia ter alguns episódios legais em cima de mitos brasileiros, como o chupa cabras e a mula sem cabeça. Troque os diálogos inteligentes da versão original por comentários idiotas, como quem saiu do Big Brother e como foi o final da novela e pronto. Não ia durar nem uma temporada.

Gilmore Girls: Mãe e filha gostosas seriam substituídas pela dupla enxaqueca Regina Duarte e Gabriela Duarte que, em vez de falar demais, com os diálogos espertos e cheios de referências pop, viveriam com a cabeça de ladinho, dando um sorrisinho meigo. Troque os diálogos inteligentes da versão original por comentários idiotas, como quem saiu do Big Brother e como foi o final da novela e pronto. Não ia durar nem uma temporada.

Smallville: a vida de um alienígena enviado antes de seu planeta explodir para Varginha, onde é criado por um casal de caipiras e ajuda a manter o sítio deles com seus super poderes, se apaixonaria por uma gostosa, teria uma amigona que saberia dos seus poderes e um amigo que no futuro se tornaria Governador de Minas Gerais e seu arqui inimigo. Troque os diálogos inteligentes da versão original por comentários idiotas, como quem saiu do Big Brother e como foi o final da novela e pronto. Não ia durar nem uma temporada.

Heroes: Bem, a Record ta tentando a sorte com Caminhos do Coração, com humanos transgênicos (Rá!).

Sex And The City: A Record já tentou a sorte com Avassaladoras, e todo mundo sabe o resultado.

Desesperate Housewives: A Rede TV ta estragando uma série que já não é uma das melhores no original, com uma Sonia Braga no piloto automático e crianças argentinas dubladas em português (!!!).

E você, como seria a versão nacional de sua série favorita? Diz aí.

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Wow! DVD da primeira temporada de Will & Grace por apenas 19,90? Box da trilogia De Volta para o Futuro por 39,90? É meu!

Não to fazendo merchandising, mas o site da americanas.com as vezes vem com umas promoções que faz a gente até pensar que se trata de mercadoria roubada. Aproveitem.

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Todos tem o seu "momento violência" (o meu último foi num vagão de trem), mas todos também tem o seu "momento carência".

Eu agora estou tendo o meu. Faz cerca de 9 dias que ninguém me dá um oi pelo orkut. Agradeceria muito se vocês fizessem isso, antes que eu corte os pulsos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Contingência

Lembra em 1994, no final da Copa do Mundo, o Galvão gritando “Acabou! É tetra! É tééétra!”?

Ontem eu paguei a minha última parcela do meu computador. Saí do banco do mesmo jeito que o Galvão.

A gente sai de uma dívida pra ir pra outra. Sábado já vou me preparar pra um upgrade na máquina, que vai me arrombar em uns 700 mangos.

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Faz cerca de 4 meses que não faço uma jornada a lá Jack Bauer, ficando mais de 24 horas no ar.

Acho que isso vai acabar hoje. Devido à greve dos bancários, me ofereci (otário!!!) a chegar mais cedo pra fazer parte de uma equipe de contingência, que irá trabalhar antes do pessoal do sindicato fazer a greve, umas 5h30 da manhã.

Isso significa que terei que acordar por volta de umas 2h30 da matina, pro táxi me pegar em casa as 3h30.

Não dá nem pra dormir, pois o TCC não deixa. Tenho que fazer umas partes do planejamento de campanha, que é pra amanhã.

Hoje eu fico à base de anfetaminas, de novo.

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Eu falei abaixo que tinha comprado o livro Belas Maldições. Na verdade eu tinha encomendado, mas a livraria disse que não conseguiria. Acabei trocando por O Nome da Rosa, que eu tava procurando faz um tempão.

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Primeiro foram os celulares. O pessoal adorava pendurar eles no pescoço, pra mostrar pra todo mundo que tinha um. Depois vieram os Ipobres. Todo mundo tinha uma porra dessa pendurada no pescoço, mas a tecnologia não fica parada.

Hoje em dia parece que uniram o útil ao agradável e criaram os infames celulares com mp3. Tá, eu tenho um, então não posso reclamar. Mas você, caro leitor, não fica puto com esse povo que fica ouvindo em alto e bom som músicas de gosto duvidoso, nas lotações, trens e metrôs da vida?

Pelo menos eu tenho a capacidade de comprar um fone de ouvido.

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Comentei há alguns posts atrás a maravilha que foi o Vídeo Games Live. Falei também que tocaram, pela primeira vez, a música de abertura de Final Fantasy VIII.

Acabei achando o vídeo original do game, com uma das canas de abarturas mais emocionantes que já vi (e olha que já vi muitas) e to postando aqui, pra vocês se maravilharem com a música criada pelo papa da game music Nobuo Uematsu. As imagens em CG estão de encher os olhos de qualquer um, fã ou não.

Espero que gostem.

Final Fantasy VIII


terça-feira, 25 de setembro de 2007

Previously, on Heroes...

Yatá! Finalmente, depois de meses de espera, finalmente estreou a segunda temporada de Heroes na NBC americana. Eu, como um bom xiita, não pude deixar de baixar o episódio, entitulado Quatro Meses Depois.

Mesmo com o decepcionante final da temporada passada, Heroes voltou com força total. Um novo vilão, novos personagens com novos poderes (gostei do poder a lá “Toque de Midas”), o reencontro de velhos personagens, pessoas que deveriam estar mortas estão vivas e outras que deveriam estar vivas estão mortas.

Sem falar que a série não perdeu seu ritmo e sempre nos últimos minutos nos apresenta àquele momento não-acredito-que-estou-vendo-isso e finaliza com o infame to be continued.

Desculpa, não dá pra falar mais. Pra escrever direito, preciso colocar de volta o meu queixo no lugar. Ele foi parar no chão agora a pouco.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Pílula # 18

É, eu sei, faz muito tempo que não escrevo porra nenhuma. Mas gente, ta foda. É TCC, freela, trabalho, speedy que me fode. Mas eu vou escrevendo nessa joça sempre que puder, prometo.

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A regra do jogo é simples: quem perder no Guitar Hero tira uma peça de roupa.

Em quatro rodadas ela já tava nua na cama. E molhada.

Depois falam que videogame é coisa de criança. Rá!

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Após devorar A Revolução dos Bichos em algumas horas, parto amanhã para o 5º livro do mês.

O título da vez é Belas Maldições, do escritor pop Neil Gailman, autor do também clássico Sandman.

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Finalmente o meu primeiro cliente. Fechei, junto com minha amiga/sócia, o nosso primeiro free lance.

O serviço em questão é a papelaria para uma empresa de informática, com cartão, envelope e papel carta. O preço da brincadeira? 250 pratas pra cada um. Eba!

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Uma das principais características dos TCCs, de qualquer curso, de qualquer faculdade, de qualquer país e planeta, é as brigas entre os membros.

Eu tava começando a sentir falta disso no meu grupo.

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Alguém aí já assistiu Tropa de Elite, documentário que mostra a realidade do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) no Rio de Janeiro?

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Finalmente Heroes estreou na Record. Tirando a péssima dublagem, essa é uma ótima oportunidade de acompanhar uma série tão boa quanto Lost, considerada como sua principal concorrente.

Se a Record continuar assim, em breve ela consegue bater sua meta, estabelecida para 2010: alcançar o primeiro lugar no ibope. Se cuida Globo.

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Ta sentindo falta do Play Count Manual? Eu também.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Amém

Sabe aqueles programas evangélicos americanos, tipo Fala Que Eu Te E$cuto, e os cultos do R.R. $oares? Encontrei no Youtube uma homenagem singela, simples e de coração a todos os crentes que assistem esse tipo de programa e àqueles que ficam te enchendo o saco no trem.

Aleluia... Oh... Thank you Jesus!






Não tem como não dar risada com o pastor recebendo a "graça" de Deus.

É só eu, ou mais alguém já comprou uma passagem só de ida, sem escalas, pro inferno?

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O pastor não é a cara de Max Gheringer, colunista da revista Época?

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Comprei ontem, como prometido, o livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell. O livro é tão bom que amanhã mesmo já termino de ler.

Obrigado pelas dicas de livros dos meus leitores. Posso garantir que elas estarão numa próxima lista de compras.

Menos a bíblia. Como disse Homer Simpson: esse livro não tem resposta nenhuma!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Video Games Live. Eu fui.

O show. O mito. A lenda. A Meca de qualquer gamer que se preze. Vídeo Games Live, eu fui.

Resolvi colocar vários vídeos do Youtube para ilustrar o post. Por motivos óbvios, só há os links, para a navegação do blog não ficar comprometida. Se você gostar de alguns dos jogos que citei abaixo, assista o vídeo. Vale a pena, pode ter certeza. Daí a gente comenta depois.

Mas como diria um bom psicopata, vamos por partes.

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A ida.
-Ó, o carro tá sem escapamento, então faz um puta barulho. Pra trancar a porta você tem que subir o vidro, tirar o forro da porta e mexer num pininho. Essa daqui é a chave da ignição, essa é a da porta esquerda, essa é a do porta mala e essa é a do tanque de gasolina. O limpador de parabrisa não funciona. Só tem um farol funcionando e o carro ta meio sem freio. A segunda é difícil de pegar, tem que ter jeitinho. Não tem cinto de segurança também. A direção é meio dura e a luz de freio esquerda tá queimada.
- Falta mais alguma coisa?
- Tá sem estepe.


E lá fomos nós, com a cara e a coragem (muita, muita coragem), enfrentar a Ayrton Senna, Marginal Tietê e Pinheiros, para o show das nossas vidas. Cada um com o seu respectivo cu na mão, é claro. Esse é o Chevette 80 do meu irmão, verdadeiro xodó (e fonte de tétano) dele.

Tirando um momento de susto quando pensamos que o capô ia levantar (é sério) e pelo fato de nos perdermos um pouco, chegamos sem problemas. Um barulho danado, parecia que o carro era seguido pelas hordas do inferno.

Imagine um trator. Agora imagine o barulho que ele faz. Esse é o som reproduzido pelo motor do chevettinho. Chegamos inteiros, mas com um puta zumbido no ouvido.

Sem falar que o carro é meio alucinógeno. Com o escapamento quebrado, o interior do carro ficava cheirando gasolina direto. Chegava uma hora que a gente começava a ver gnomos atravessando a marginal.

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A fila
Com medo de chegarmos atrasados, chegamos umas 4 horas antes dos portões abrirem. Beleza, vamos guardar o sagrado lugar. E depois de um tempo começa a aparecer os tipos mais estranhos que existem.

Fãs de Star Wars. Pessoas com camisetas de vários games (eu quero uma!), e vários cosplayers. Gente fantasiada de Ryu, Yori Yagami, Katsumy Todo, Link, Mario e Luigi, entre outros. É até bom saber que você não é o único bitolado no mundo.

Depois de algumas horas, aparece Martin Leung na entrada. Quem é esse cara? Ele é apenas um coreano (ou chinês, é tudo igual) que ficou famoso mundialmente ao aparecer num vídeo no youtube tocando os temas de Mario Bros. no piano, de olhos vendados. É claros que tivemos nosso momento tiete e tiramos várias fotos do carinha.

Depois de cerca de meia hora, aparece um cara com uma guitarra a lá Chimbinha e começa a perguntar em alto e bom inglês quem veio no show ano passado. Era nada menos que Tommy Tallarico, compositor de trilhas para games e um dos idealizadores, junto com o maestro Jack Wall, do Projeto Vídeo Games Live. Ele ficou lá uns 15 minutos batendo um papo com a gente, tocando umas coisinhas na guitarra e cumprimentando a galera. Gente boa esse cara.

Quando os portões finalmente foram abertos, parecia que eu tava no paraíso. Quatro máquinas com 8 guitarrinhas para jogar Guitar Hero, três carros de fórmula 1 com telas de LCD para jogar um game de corrida e mercenárias gostosas vendendo camisetas do evento a 40 pratas. Me esbanjei e posso dizer que, finalmente, sei jogar Guitar Hero com a bendita guitarrinha de plástico.

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O show
Depois de todos se sentarem, a orquestra chega. Todos aplaudem. Depois de um pequeno anúncio dos nossos patrocinadores, aparece no telão um clipe da música Ms. Pacman, da banda The Go! Team. Ninguém entende no começo do que se trata o vídeo, mas logo todos caem na risada e aplaudem o clipe, quando percebem do que se trata.

Há antes um rápido concurso de cosplayers antes do tão esperado show. Tudo pra aumentar mais a ansiedade.

As luzes se apagam. Na tela, aparece as imagens de Pong, o primeiro jogo comercial da história, com sua bolinha quadrada pingando de lá pra cá. Primeiro ouvimos as risadas do público, surpreso com aquilo. Aí a orquestra começa os primeiros acordes. Um arrepio sobe do rego até a nuca e olho pros lados e tem gente com lágrimas nos olhos. Depois vem Space Invaders e uma série de clássicos dos anos 80. A cada jogo, uma salva de palmas e gritos de alegria. Logo aparecem Donkey Kong, Frog (o do atravessar o sapo pro outro lado da avenida, lembra?), Dragon´s Lair, Tetris, Zelda... haja coração!

Depois ouvimos um som bem familiar, depois uma voz mais familiar ainda. Solid Snake, as série Metal Gear, convoca todos pra chamar o mestre de cerimônia Tommy Tallarico, que aparece para anunciar a próxima música. Antes, aparece o criador do jogo no telão, Hideo Kojima. Depois de agradecer e blá blá blá, num japonês misturado com inglês, vamos ao que interessa.

A trilha de Metal Gear é maravilhosa, e eu que fiquei lá, babando nas imagens e viajando no som, uma das melhores trilhas que já ouvi. Depois disso foi só clássico atrás de clássico. Sonic, Zelda, Final Fantasy VIII (tocada pela 1º vez), Warcarft e... intervalo!

No intervalo, apareceu uma tela de loading para o segundo ato. Ao final, apareceu a mensagem press start (or clap) to begin. O Segundo ato foi um pouco fraco, tocando músicas da série Myst, do filme Tron, Beyond Good and Evil e Kingdon Hearts.

Durante o show houve várias brincadeiras com o público. Tallarico convidada fãs para subir ao palco jogar algum game enquanto a orquestra fazia a trilha de acordo com o desempenho do jogador. “Deve ser assim que os ricos jogam” ele disse. Um cara subiu ao palco para jogar Space Invaders. O legal era que ele vestiu uma camiseta especial e tinha que correr de um lado para o outro do palco, para controlar a nave e passar de fase. Caso conseguisse o trunfo em menos de 1m30s, ganharia a sua pontuação obtida no jogo em R$. Pena que não deu certo. Ele perdeu com quase 8 mil pontos.

Outro caso legal foi um cara que subiu no palco para jogar num simulador de corrida, dentro de um carro de fórmula 1 de verdade, com um monitor LCD na frente. Caso completasse o circuito de Interlagos em 1m10s, ganharia o carro de presente. “Tomara que caiba no seu quarto”. Também não deu, mas não faltou torcida.

Mas o melhor estava pro final. Primeiro tocam a trilha sonora de Mario Bros. e depois chamam o coreano (chinês, japonês, sei lá) Martin Leung pra fazer o som no teclado. E depois Tallarico fala que recebeu um e-mail de um brasileiro que toca a música no violão e o chama para ir ao palco. A música no violão até que ficou legal, com um ar de chorinho. Essa já era a 3º vez que Martin Leung subia ao palco na noite.

Depois veio o final. A trilha de Halo, jogaço do X Box e talvez um dos melhores jogos de tiro da história. Depois Tallarico sobe ao palco e informa que a próxima é, infelizmente, a última da noite. E começa a dar pistas sobre qual música seria. Fala que o compositor é um “tal” de Nobuo Uematsu, de um jogo pouco conhecido chamado Final Fantasy VII. O Via Funchal quase vem abaixo quando ele anuncia One Winged Angel, música final do jogo e uma das mais fodonas da noite. Ainda teve, durante a música, Tallarico esmirilhando sua guitarra do Chimbinha, dando um ar de heavy metal à música.

Depois as luzes se acendem, o povo começa a se levantar... e lá se vão as 3 horas do melhor show do ano. Tá, foi o único.

Assim como os muçulmanos devem ir à Meca uma vez na vida, eu e meus amigos deveríamos assistir esse show uma vez na vida também. Mas não há nenhuma regra dizendo que o muçulmano não possa ir mais vezes à cidade sagrada, então... Vídeo Games Live 2008, eu vou.

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A volta
Nada diferente da ida, só que tivemos que empurrar o Chevette pra ir embora. Nada de mais, a gente tava até estranhando que a gente não teve que fazer isso ainda.

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Mas nem tudo são flores. Todas as músicas tinham imagens maravilhosas nos telões com cenas dos respectivos jogos. Menos os games da Square. A empresa não autorizou o uso das imagens de Kingdon Hearts e da série Final Fantasy nos shows, somente as músicas.

Mas como disse Tallarico na apresentação de One Winged Angel: “essas músicas não precisam de imagens. A trilha sonora fala por si só”.

Amém, reverendo!

sábado, 15 de setembro de 2007

O pulo do tubarão

Jump the shark (ou "pular o tubarão") significa duas coisas: o momento específico em que se perdeu mesmo o controle de uma série, de modo que continuar acompanhando seria como assistir a um cachorro atropelado morrendo lentamente; e também uma sensação generalizada de que a nossa série já não é mais a aquela, mesmo que a gente ainda não tenha parado pra se perguntar o porquê (e identificado o tal momento). Ambas as coisas levam à mesma idéia: a série já deu o que tinha que dar.

Para entender de que diabos estamos falando com esse papo de tubarão, a gente tem de voltar a fita e contar uma historinha.

Um dia, existiu na TV americana uma série chamada Happy Days. O programa, hoje lendário, ficou no ar de 1974 a 1984, na rede ABC. No Brasil, parece, passou só bem mais recentemente em um canal a cabo.

Devido ao seu enorme sucesso na época, a série desde então já foi homenageada, copiada, ironizada ou citada de tudo quanto é jeito em dezenas de outras séries e situações, como várias vezes em Friends (o jogo na praia, o médico fã do Fonzie, entre outras), Os Simpsons, em Pulp Fiction ("todo mundo cool feito Fonzie e ninguém leva tiro!") ou no clipe da música Buddy Holly, do Weezer, montado como se a banda estivesse fazendo uma apresentação especial na finada série, entre outras menções que continuam aparecendo.

Seus personagens, atores, bordões e piadas viriam a ser bem populares nos anos seguintes. Por exemplo, Pat Morita teve muitos papéis na TV antes de Happy Days, mas foi por causa dela que ele ficou querido pelo público americano e foi se imortalizar como o Sr. Miyagi dos filmes Karate Kid. O multitarefa Ron Howard tornou-se um ator ainda mais conhecido (a narração da série Arrested Development é a lembrança mais recente), um diretor muito bem-sucedido (Uma Mente Brilhante, Apollo 13, O Código DaVinci) e um produtor de mão cheia (24 Horas, Felicity, Arrested Development). Happy Days ainda gerou séries derivadas, incluindo uma para um personagem recorrente do hoje famoso Robin Williams. Inclusive, se você diz hoje com a maior naturalidade que alguém é nerd, isso também se deve a Happy Days.

E havia um sujeito ali que ficaria estigmatizado pra sempre. Se você já tinha ouvido falar do tal do Fonzie em algumas das citações acima, saiba que é aqui que ele entra.

O ator Henry Winkler imortalizou a imagem de Arthur Fonzarelli, o motoqueiro gente-fina com sua inseparável jaqueta de couro. O cara logo ganhou o apelido de Fonzie e se tornou, de longe, o personagem mais popular da série e um dos mais memoráveis da TV americana em todos os tempos. Não era a toa que o povo de Friends babava tanto o ovo da série. John Travolta, em Grease, era uma espécie de Fonzie, só que mais babaca.

Pois bem, para a estréia da quinta temporada de Happy Days, em setembro de 1977, foi filmado um episódio-monstro em três partes. Naquela empolgação toda que significa mais uma temporada pela frente e tal, o sempre cool-até-o-osso Fonzie, sei lá por qual razão, está surfando em esquis (com sunga e a porra da jaqueta de couro), decola numa plataforma sobre uma rede com um tubarão e consegue completar o salto, numa cena incrivelmente tosca e que nada tinha a ver com tudo o que se vira na série até então. Muita gente passou a estranhar a tão querida Happy Days depois disso. Assista a esse pedaço no Youtube.

Dentre os milhões de americanos, dois estudantes assistiram ao episódio e tiveram essa mesma sensação. E o programa, na visão deles, foi só descendo ladeira abaixo depois disso, fugindo das premissas iniciais, descaracterizando personagens já bem fundamentados e apresentando tramas cada vez mais fracas. Alguns anos depois, um deles se referiu a um acontecimento qualquer como "o pulo do tubarão do Fonzie", e assim nascia a expressão para designar aquele momento especial de uma série em que você percebe que nada será como antes.

Um dos caras, Jon Hein, aproveitou a novidade que era a internet em 1997 e criou um site dedicado à coisa, o popularíssimo (na gringolândia) jumptheshark.com. Dedicou-o ao amigo criador e "divulgador" da expressão, Sean Connolly.

Desde então, pular o tubarão virou uma expressão criada para denominar o começo do fim de uma série de TV. É o momento em que o telespectador percebe que ela atingiu seu pico, e, ao mesmo tempo, o início de sua decadência. É o instante em que um programa chega a um momento irreversível de sua existência. Exemplos?

- A saída de Fox Mulder do Arquivo X;

- A morte de Marissa Cooper em The O.C.;

- Jack Bauer descobrindo que seu pai e seu irmão são terroristas;

- A entrada de Lois Lane em Smallville;

- Kevin Arnold entrando na puberdade;

- A saída gradual de todo o elenco original de ER;

- O casamento de Chandler e Mônica em Friends;

- Os capítulos iniciais da 3º temporada de Lost;

- Jarod e Miss Parker descobrindo que são irmãos, em The Pretender;

- Qualquer série adolescente que possua atores de 30 anos interpretando jovens de 16, 17 anos.

Há também séries que nunca pularam o tubarão. Nessa área de não-pulantes, dizem que Seinfeld teria o grande mérito de, mesmo depois de 10 temporadas, nunca ter cometido erro a esse ponto, ou pelo menos de ter bem poucos momentos que tenham chegado a ser duvidosos. Concordo sob a seguinte condição: esqueça que houve a primeira temporada, porque os primeiros episódios foram muito, mas muito fracos, em comparação com os que vieram depois. No próprio site há uma seção dos never jumped, mas é claro que isso é bem subjetivo.

Esse termo atualmente também vem se estendendo por outras ramificações do mundo pop. Mais exemplos? O Metallica voou morro abaixo depois do álbum preto; Spielberg pulou um tubarão danado com seus 8 finais de A.I. e até hoje não se reabilitou no campo dos contos-de-fada; os X-Men também jamais se recuperaram da passagem de Rob "Deformator" Liefeld, o criador de mutantes sem poderes, e Ron Howard com a produção de Anjos e Demônios, que no cinema se passará DEPOIS de O Código Da Vinci, e não antes, como nos livros.

E você? Nas suas séries favoritas, tem alguma que já pulou o tubarão? Em qual momento?

Diz aí, porra!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Vox Popoli

Acabei de ler A Torre Negra e gostaria de pedir uma sugestão aos leitores. Abaixo você confere uma lista dos livros que estou namorando há um tempão.

O Nome da Rosa, de Umberto Eco;
Considerado o Código Da Vinci dos anos 80. Virou filme, que nunca assisti.

A Revolução dos Bichos, de George Orwel;
Uma metáfora bem sacada sobre a luta do capitalismo x comunismo.

A Torre Negra Vol 2, de Stephen King;
Tá fresquinha a história na minha mente ainda, sobre um viajante num futuro pós apocalíptico, em busca da lendária Torre Negra, capaz de trazer a vida de volta à Terra. Stephen King Bateu o recorde da ociosidade, levando mais de 30 anos pra escrever a história completa.

Ramsés Vol 3– A Batalha de Kadesh, de Christian Jacq;
A biografia “não autorizada (hahaha)” sobre o maior faraó do Egito.

Harry Potter e o Príncipe Mestiço, de J. K. Rowling;
Penúltimo livro da saga. Quero ler porque já assisti ao 5º filme e quero saber: quem matou o Dumbledore?

Outro. Qual?

Qual eu devo ler? O escolhido será comprado na segunda feira que vem, dia 17, com direito a nota fiscal e o caralho a quatro.

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Um amigo me mandou os dois motivos que faltavam para eu comprar o X Box 360. Os motivos citados estão abaixo.

Não coloquei o vídeo direto pois daí demora muito pra carregar o blog.

GTA 4
http://www.youtube.com/watch?v=vOskZNJJII8

Resident Evil 5
http://www.youtube.com/watch?v=ILuP43jcaXw

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Agora um desafio: no trailer do Resident Evil 5, você consegue distinguir as cenas em computação gráfica das cenas reais do jogo?

Perfeição é isso aí!

Bandas legais

Tá legal. Meus três ou quatro leitores devem estar preocupados por eu não escrever mais nada nessa bagaça. Mas tá foda o TCC e o trabalho. Mas prometo que não vou deixar vocês na mão.

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Recebi uma visita nesse fim de semana que era pra eu gravar uns DVDs e uns CDs legais, mas a anta me esquece de trazer os CDs (desculpa, foi inevitável). Fiquei pensando hoje nas músicas que gravaria e percebi que tem casos que não basta apenas uma música, e sim o álbum inteiro.

Decidi então listar esses álbuns, que DEVEM ser ouvidos de cabo a rabo, sem parar. Não vou falar sobre Metallica, Ozzy, Iron ou outra dessas bandas que lotam os estádios. Abaixo você encontra apenas bandas (quase) desconhecidas, mas que valem a pena baixar.

Então façam isso. Baixem ou comprem, mas virem fã como eu.

Anabantha – Lethanias III

Blood Parade – Pain Exposed

Epica – Consign to Oblivion

Xandria – Salomé the Seventh Veil

Theatre of tragedy – Aegis

Meldrun – Blowin´Up the Machine

Nightwish – Bless the Child

Stream of Passion – Embrace the Storm

Krypteria – Bloodangel´s Cry


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Passei ontem de madrugada em frente ao novo prédio da Unicsul em Pinheiros. Perto do Shopping Eldorado, uma das mecas da playboyzada e numa das áreas mais nobres da cidade, e fiquei com duas dúvidas na cabeça.

Quanto é que a Unicsul pagou naquele puta prédio e quantos bons professores ela teve que demitir pra poder comprar aquela joça?

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Como já dizia o poeta: mantenha seus amigos perto e os inimigos mais perto ainda.

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O mesmo poeta já disse outra vez: os mundos não podem se chocar.

Mas parece que isso só se aplica a mim.

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Bem, lá vou eu de novo.

Podem me chamar do que quiser, mas tem vezes que a frase “só podia ser preto mesmo” faz todo o sentido.

domingo, 9 de setembro de 2007

Séries, séries, séries

Há alguns anos a revista EGM Brasil deu em uma edição um brinde bacana: um adesivo escrito “A vida é um game”. Cara, eu queria muito um adesivo como esse.

De uns meses pra cá pensei em outra coisa que a vida parece. A vida é uma série. Fala a verdade: as vezes você ta tão pra baixo que só falta tocar de fundo aquela música triste, de cortar os pulsos. Ou tá apaixonado e queria que tocasse uma música romântica ou bem pop, pra mostrar como você ta feliz. Ou, na maioria das vezes, você faz uma cagada, uma burrada qualquer e só falta ouvir aquelas gargalhadas de fundo, típicas de uma sitcom.

Isso acontece comigo sempre. E com você?

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Conforme você vai ficando fã de alguma coisa, você acaba se identificando com essa coisa. Uma música, uma banda, um filme. No meu caso, o que seria? Séries, é claro. Acabei listando algumas coisas que tenho em comum com algumas das minhas séries favoritas.

Tenho o mesmo número (ou até mais) de manias e tiques nervosos que Adrian Monk (Monk);

O mal humor de Gregory House (House MD);

Os pensamentos psicopatas de Dexter Morgan (Dexter);

Uma vida tão fodida quanto a de Hank Moody (Californication);

O jeito caladão e (momento “Meu ego inflado”) a inteligência de Gil Grisson (CSI);

O humor e as piadinhas de Fox Mulder (Arquivo X).

E mais um monte de coisas que não me vem a mente agora.

E você, com quem você se identifica mais nas suas séries preferidas?

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Um amigo postou em seu blog um curta metragem muito legal, com Selton Melo e Seu Jorge numa mesa de bar dissecando a obra de Tarantino.

O curta possui 15 minutos e é meio lento pra carregar, mas vale cada segundo aguardado, e nos presenteia com uma enxurrada pop sobre os filmes do diretor, comentando curiosidades e viagens na maionese sobre os filmes do diretor.

Tarantino Mind´s


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Depois da Volkswagen e a versão de Forrest Gump para o lançamento do novo Golf, agora é a vez de um barbeador (não me lembro qual) fazer um comercial com base em outro filme de Tom Hanks. Dessa vez é Náufrago que serve de pano de fundo para um anúncio publicitário.

Aviso de utilidade pública

A PlayArte, distribuidora que levou aos cinemas o filme Pânico na Floresta (na época, inclusive, ignorou o apelo de vários fãs de horror em mudar o nome do filme, mesmo sabendo que JÁ EXISTIA um filme com o mesmo título, lançado pela Europa Filmes), está trazendo ao mercado de DVDs um filme chamado Pânico na Floresta 2. Mas não pense que se trata da continuação daquele filme de sucesso sobre um grupo de amigos que pega um atalho errado e acaba nas garras de monstros canibais. Pânico na Floresta 2 é o título picareta para um filme chamado Timber Falls!

Querendo fazer sucesso em cima do filme de 2003 e já sabendo que a verdadeira continuação de Pânico na Floresta seria lançada pela Fox, a PlayArte rapidamente fez uso do título enganoso e encheu de propagandas com frases como "novos assassinos, novas vítimas. Um Horror ainda maior.” e "Desta vez o pesadelo terá novas vítimas" (claro, as novas vítimas serão os fãs de terror que não pesquisam os títulos originais)
Já para a Fox, que adquiriu o direito de distribuição de Wrong Turn 2 – o verdadeiro Pânico na Floresta - , só restou a escolha de um novo nome, chamativo e comercial. Daí, o filme virá com o título Floresta do Mal(!!!!!). Isso mesmo, caro leitor, uma das continuações mais aguardadas pelo público será distribuída discretamente com o péssimo título Floresta do Mal, que passa a idéia de tudo menos de uma continuação para o violento Pânico na Floresta .

Agora fica a dúvida: Se as distribuidoras estão unidas contra a pirataria, conforme vemos em comerciais e propagandas, algumas estão, como sugere uma tradução literal de Wrong Turn, indo para o caminho errado.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Estopim

"Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal, amém!"

Dessa vez a oração não deu certo.

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Licença pr Casar é, na minha opinião, o pior filme que assisti no ano.

Tá bom, na minha vida.

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Imagine a cena: você acorda em pleno feriadão ás 4 da manhã pra ir trabalhar. Como os horários dos ônibus mudam nesses dias, você decide ir a pé até a estação. Percurso igual a esse somente o de Santiago de Compostela. No caminho você encontra vários maloqueiros voltando dos barzinhos da cidade (Sim, minha cidade também tem os seus), até chegar na estação.

Seria mais um dia normal, se não fosse o que ocorreu hoje. Assim que entrei no trem, resolvi procurar um lugar pra sentar. Fui andando pelos vagões até encontrar um típico malaco dormindo deitado no banco, ocupando uns cinco lugares. Camiseta do Tupac, cheio de correntes no pescoço, lenços, touca e boné na cabeça. Uma amostra da nata da periferia.

Resolvi chegar e pedir espaço pra sentar. Não sei porque fiz isso, mas parece mesmo que fiz isso já sabendo a resposta que ele daria, e o que eu faria se ele me desse tal resposta. Foi o que aconteceu. No auto falante o maquinista (operador, piloto, motorista, sei lá) anuncia a próxima estação. O trem começa a diminuir a velocidade.

-Cara, tem como você chegar pra lá e me dar um espaço pra sentar?
-Ê mano, vai se foder, deixa eu dormir em paz!

O sangue ferveu. Era a deixa que eu esperava. Fechei a mão. Foram apenas cinco. Não esperei nem ele levantar. Dois bem no nariz e três nas têmporas. Quando o trem abre a porta, agarro o meliante e arrasto pra fora, com o nariz melado de sangue e catarro, com as tiazinhas do vagão berrando em som Double Surround 5.1 “Pára moço, não faz isso com ele não!”.

Pra não falar que sai ileso, recebo um chute na perna e um murro no peito. Golpes que uma criança de cinco anos fariam com mais força. Quase me fez cócegas. Jogo o infeliz pra fora, que sai rolando pela plataforma como um monte de merda. O trem fecha as portas e se põe em movimento.

Vou pro lugar onde o cara tava deitado e me sento. Todos olham pra mim como se eu fosse o diabo em pessoa. Talvez eu seja mesmo. Minha mão esquerda começa a tremer e só depois eu pensei na merda que tinha feito. Mas aí já era tarde demais.

Pode me chamar de monstro, ignorante, estúpido, bruto ou selvagem. Não me importo. Se você estivesse no mesmo lugar e passasse pelo o que estou passando ultimamente, faria o mesmo.


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Vídeo Game Live. Eu vou.

Já comprei meu ingresso. Agora só se uma bomba nuclear explodir é que eu perco esse show.

Ou se o feinho do trem me encontrar antes.

Prefiro a bomba.

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Na boa, até hoje eu nunca pensava que mulher sofria tanto nesse quesito. Eu pensava que bastava um prestobarba que já tava pronto, agora descubro que o buraco é, literalmente, bem mais embaixo.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Eu vou

Já ouviu falar em Video Games Live? Não? Pena.

Como o slogan que criamos pro nosso cliente do TCC:

Vídeo Games Live. Eu vou.

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Assisti ontem o comercial da Citroen com o “Kifer” Suttherland. Muito bem feito, e quando ele entra novamente no carro eu cheguei a pensar que ele diria drop the gun, a frase mais usada por Jack Bauer.

Mas não disse. Sonhar não custa nada

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Tenho uma amiga que é quase PhD em Chavez. Ela me mandou esse vídeo que nunca passou no Brasil, com algo que todos já suspeitaram que iria acontecer. Aproveitem.


domingo, 2 de setembro de 2007

Dica de filme

Não adianta, ou você ama ou odeia o trabalho de Rob Zombie. Nem estou falando de sua carreira de músico (que particularmente conheço pouco, mas admiro o pouco que ouvi) e sim das suas aventuras no mundo do Cinema. Zombie coleciona com a mesma intensidade admiradores e detratores e seu “Casa dos 1000 Corpos” é um dos maiores exemplos de “ame/odeie” da sétima arte. Após o calvário que foi a produção e lançamento de "Casa dos 1000 Corpos" e depois de diversos cortes, roteiro re-escrito, montadores demitidos e o escambau, o filme finalmente estreou nos EUA. E como disse virou mais um daqueles casos de “ame/odeie” que rendem bate-bocas violentíssimos pelos fóruns e blogs da vida.

Eu quando o vi achei um porcaria sem tamanho! Confuso, chato e nem cumpria a promessa do diretor e de tantos sites de que seria “um dos filmes mais sádicos e violentos dos últimos tempos”. Ah, tá... O grande problema mesmo é que a tal versão que foi para os cinemas norte-americanos e para nossas locadoras foi a versão cortada em mais de 20 minutos (!!!) da versão original, ou seja quem sabe vai que a director´s cut de Zombie faça com que o filme seja “menos pior”. Por isso eu decidi deixar de acompanhar a saga de Rob Zombie no mundo do Cinema e por isso nem dei bolas para a continuação, "Rejeitados pelo Diabo", e nem me preocupei em ler nada sobre a produção.

Quando, ontem, tive a coragem de alugar o filme pensando que seria uma bomba, até que me surpreendi! Não sei o que Rob Zombie tomou ao cometer o péssimo “Casa dos 1000 Corpos” mas ainda bem que ele parou. Isso porque esta seqüência é um filmão! É um dos mais violentos, sádicos, dementes e tensos dos últimos anos e sinceramente nem sei como conseguiu ser produzido tendo em vista a falta de coragem que assola o cinema norte-americano dos últimos tempos.

O filme como todos sabem é a seqüência de “Casa dos 1000 Corpos” mas pode ser normalmente visto como um filme independente já que a espinha dorsal do roteiro é totalmente diferente do primeiro filme, uma mistura (indigesta, diga-se de passagem) de “Massacre da Serra Elétrica”, “Quadrilha de Sádicos”, “Pânico na Floresta” e “Wolf Creek” e outras pérolas. Já esta sequencia tem tudo de bom dos filmes que acabei de citar e todo um jeitão de faroeste e road movie com um toque de “Assassinos por Natureza”. O filme começa com uma operação de “busca e destruição” à casa dos Firefly, palco das atrocidades do original. Enquanto a família psicopata está dormindo tranqüilamente, o xerife Wydell dá voz de prisão e um tiroteio acontece na casa. Mas dois dos loucos, o sádico Otis e Baby (a deliciosa Sheri Moon, esposa de Rob Zombie, que reprisa seu papel) conseguem escapar ao passo que a mãe da família é presa pelas autoridades.
A “Mãe Firefly” é interpretada pela Tenente Callahan, a policial peituda da série Loucademia de Polícia (e musa de minha infância).

O filme então se concentra na escapada de Otis, Baby. Então pode esperar pelas situações mais sádicas e revoltantes. Enquanto Otis e Baby esperam pela chegada de seu pai para lhes ajudar na fuga (o palhaço sádico do primeiro filme, Capitão Spaulding), eles decidem parar em um motel de beira de estrada, onde encontram uma banda de coutry para enfernizar.

Essa é a parte mais cruel e revoltante do longa, onde Otis e Baby brincam das formas mais sádicas com a pobre banda. Pra se ter uma idéia já começam despachando o roadie deles com um tiro no olho à queima-roupa. Não quero entregar muito, mas vou dizer que um deles leva uma facada no peito e outro tem a pele do rosto arrancada e usada como máscara por Otis, assim como o Leatherface dos velhos tempos. Sem contar o chocante atropelamento de um deles por um caminhão. Como já disse não quero contar muito pra não estragar o prazer e quem sabe aliviar a tensão que você terá ao assistir ao filme, o que posso adiantar é que essa seqüência é uma das mais revoltantes e chocantes e que chegou a me dar a vontade de pular dentro da TV e ajudar os pobres coitados.

Após a chegada do Capitão Spaulding, eles decidem se esconder no prostíbulo de Charlie (Ken Foree, do clássico “Despertar dos Mortos”, de George Romero) que tem como assistente Clevon (ninguém menos que o feioso gente fina Pluto de “Quadrilha de Sádicos”).

Só que paralelamente a isso o incansável xerife Wydell tenta a todo custo pegar os fugitivos. Isso porque quer vingar a morte do irmão George, morto pelos assassinos no primeiro filme. Aliás, numa cena bem sacada o xerife conversa com o espírito do seu irmão falecido que clama por vingança e pede que o irmão mate todos eles. Sempre recitando passagens bíblicas e chegando a ser tão ou mais sádico que os psicopatas, o xerife Wydell rouba a cena sempre que aparece e é impossível não torcer para o xerife mesmo que ele se torne tão cruel a ponto de se igualar ou ultrapassar os psicopatas no quesito sadismo. Só que os assassinos fizeram tanta lambança que é impossível ter pena deles.

Pois o xerife quer matá-los fora dos olhares da polícia e por isso contrata dois mercenários, o mexicano muy fodão Rodo (Danny Trejo, que apareceu em vários filmes de Tarantino e Rodriguez e um monte de filmes onde precisam de um mexicano mal encarado e puto da vida) e Billy. Com os tais mercenários pretende seqüestrar os psicopatas e administrar uma pequena sessão de tortura antes de matá-los.

O roteiro também escrito por Zombie, tem bons momentos e ainda insere ótimas piadas que não estragam o filme e servem como válvula de escape para toda a tensão e sadismo que permeiam o longa. As melhores envolvem o “núcleo do prostíbulo”, onde em uma cena até Star Wars é citado e o personagem do eterno Pluto tenta explicar para Charlie a diferença entre robôs e droids. Sem contar outro momento em que um vendedor de frangos explica aos personagens citados acima como comer um frango no mau sentido. O núcleo da polícia não deixa por menos e há uma cena engraçadíssima onde até Elvis Presley é citado por um hilário e revoltado crítico de Cinema que culpa o Rei por ter morrido três dias antes de Groucho Marx e com isso ter roubado todas as manchetes dos jornais.

E além do filme ser ótimo, as participações especiais de atores consagrados do gênero faz descer uma lágrima de todo fã de horror que se preza só por ter a chance de vê-los de volta à ativa. Eu mesmo como não quis ler nenhuma notícia ou algo relacionado ao filme me surpreendi ao ver tantas participações especiais. Onde mais poderíamos ver no mesmo filme Pluto, Ken Foree, sem contar atores legais e injustiçados como William Forsythe (xerife Wydell) que apareceu em dezenas de filmes como coadjuvante e até apanhou do Steven Seagal. Tem ainda Danny Trejo, Tenente Callahan e aquele ator gigantesco de Peixe Grande que reprisa o papel do gigante Tiny, e que infelizmente morreu no fim das filmagens. Inclusive o filme é dedicado à sua memória.

Cara é estranho como um filme como Rejeitados pelo Diabo tenha conseguido ver a luz do dia, isso porque é muito sádico, cruel, tenso e muito filho da puta. A ambientação a lá anos 70 ainda faz parecer que é um filme da época por todo o sadismo e sensação de “no future” da década. Se não fosse a câmera inquieta (que confesso algumas vezes incomoda, como em algumas cenas que não necessitam do recurso) e a montagem videoclipe, passaria normalmente como um filme dos anos 70. Zombie também evoluiu muito na direção e cria várias tomadas lindas como a casa dos Firefly em chamas ou as tomadas aéreas de auto-estradas que de tão bonitas serviram de plano de fundo para os créditos finais. Zombie ainda cria duas seqüências embaladas somente por canções sendo a melhor delas exatamente a final onde mostra o derradeiro destino dos vilões/protagonistas embalada pela música Free Bird (Guitar Hero 2, alguém?), canção do Lynyrd Skynyrd que em certos momentos pontua a ação. E que é uma das cenas mais bonitas do filme.

Mas o filme tem seus erros. Faço agora o papel de advodago do diabo. Zombie ainda insiste na mania de balançar a câmera a todo momento, até nas cenas que não necessitam do recurso (as de diálogos por exemplo), sem contar que há um sem número de takes de closes, planos fechados e supercloses que são usados à exaustão. Quando Rob perder esses seus vícios da época de videoclipeiro seus filmes ficarão cada vez melhores. E o que dizer da cratera no roteiro que Zombie deixa passar: ou será que ninguém naquele motel ou no posto de gasolina vizinho sequer ouviu os tiros ou gritos de socorro das pobres vítimas da banda “Banjo e Sullivan”? E Zombie ainda se esquece do personagem do vovô do primeiro filme. Mesmo que o ator tenha falecido, não custava nada fazer no mínimo uma citação para saber o paradeiro do velhinho.

Bem, agora pretendo contar segredos da trama (mais?), então se você ainda não viu o filme, já sabe: clique aqui e acesse outro site mais interessante.

Lá pro clímax do filme, o xerife Wydell consegue agarrar os assassinos e os leva para a casa deles e administra uma básica sessão de tortura. Vou contra a maré das críticas feitas ao filme nas quais todos rasgam seda o personagem Otis. Quem rouba a cena do filme mesmo é o xerife Wydell e no último ato não poderia ser diferente! Wydell é a “voz do povo” no filme, faz tudo o que gostaríamos de fazer com os bandidos. Primeiro ele grampeia fotos das vítimas no corpo dos três, além de dar choque e porrada em todos! Ele até prega as mãos de Otis numa cadeira. O filme desanda mesmo quando Zombie decide matar o xerife Wydell permitindo que a família Firefly escape. Eu mesmo cheguei a pensar que o diretor iria poupá-los para uma terceira parte e já estava me preparando para brincar de disco voador com o DVD quando finalmente Zombie decide dar cabo dos seus “heróis” em uma cena muitobem realizada (a tal embalada pela canção Free Bird, lembram?), que quase me fez ter dó dos personagens.

Sinceramente, acho que existem dois Rob Zombie. O que cometeu a bomba “A Casa dos 1000 Corpos” e o que deu vida a “Rejeitados pelo Diabo”. Ao primeiro desejo que nunca volte, ao segundo dou boas vindas e espero que faça o favor de nunca sumir.

Ah, pra finalizar, Zombie já ta quase finalizando o remake de Halloween, que sairá ainda esse ano no Brasil. Esse é outro que promete. Será que vai chegar a sair nos cinemas, ou irá direto pra locadora, como essa preciosidade?

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Depois de ver tanto sangue, fui assistir Simplesmente Amor, DVD que comprei ontem junto com O Operário e A Chave Mestra. Mas isso é assunto para outra crítica de filme.

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Depois de comer o pior yakissoba da minha vida, mas um domingo vai pelo ralo, junto com o mês de agosto.

Setembro, vê se pega leve comigo ok?

sábado, 1 de setembro de 2007

Papel de palhaço

Sabe quando você tem aquela dúvida que te atormenta, tira seu sono, aquela dúvida que te faz pensar (não, ter certeza) que estão te fazendo de palhaço, na sua frente? Mas você não fala nada, pois é apenas uma dúvida, algo que apenas você está imaginando, e então deixa pra lá.

Mas daí, de repente, como se fosse dito com a maior naturalidade do mundo, essa pessoa se confessa. Talvez ela até falou pensando que eu já soubesse de tudo, que eu já tivesse compreendido e (não, nunca!) aceitado o ocorrido. Ou talvez só depois lhe veio à mente a cagada que havia feito, o que havia dito. Não importa.

Depois do baque, começo a pensar nos momentos que me fizeram de trouxa, nos momentos que me cumprimentaram, que apertaram minha mão, me abraçaram e outras coisas mais, e no fundo (sempre) pensavam: seu idiota, imbecil, você não imagina as coisas que fizemos pelas suas costas.

Realmente, isso é o que dá confiar nas pessoas. Não vou dizer que sou inocente e confesso que já fiz coisas piores. Dos 10 mandamentos, acho que já desobedeci 11. Tudo bem, não creio nos 10, 11, 100 ou essa porra toda, então não dou a mínima e não temo o que (talvez) possa acontecer no futuro.

Mas e as pessoas que crêem?

Play count manual #5

Tystnaden - First Embrace

In This Moment – Beautiful Tragedy

Meldrum – Purge

Theatre of Tragedy – The New Man

Satyrian – The Dark Gift

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Os mundos não podem se chocar. Não devem. Mas tem gente que insiste nisso.

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Hoje, 31 de agosto, é o Dia Mundial do Blog. Não é uma data oficial, mas alguém percebeu que os números 3108 parecem um pouco com a palavra Blog, e aí declarou feriado para todos os blogueiros do mundo.

Além do mais, nesse ano os blogs comemoram 10 anos de existência. Não é oficial também, é claro. Mas vamos assoprar as velinhas mesmo assim.

Deixo aqui um texto que o genial jornalista Ivan Lessa publicou em sua coluna no site da BBC Brasil, que leio religiosamente todas as semanas.

Feliz dia do Blog pra você!

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Ela é linda, engraçada, inteligente, nos faz pensar e rir em seu blog, e é ruiva. Um amigo a descobriu no orkut e me avisou. Esse mesmo amigo me fez virar leitor de seu blog.

Eu a convidei para ser minha amiga no orkut e ela aceitou. Ta certo que ela deve ter me classificado como “não conheço”, mas tudo bem.

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Terminei de ler hoje 1984, de George Orwell. O livro é quase profético, cheio de trechos que você reconhece de cara com o que está acontecendo com o mundo hoje em dia.

Uma das frases mais, digamos, coerentes com a nossa realidade foi dita por O´Brien, torturador que tenta “curar” o personagem principal de sua “doença”, ou seja, sua descrença com o Partido e com sua forma de governo.

“...Se queres uma imagem do futuro, pensas numa bota pisando um rosto humano, para sempre”.

Isso que o livro foi escrito em 1947. George Orwell era um cara que sabia das coisas.